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FORTE DE SÃO SEBASTIÃO

     Após a Restauração de 1640, D. João IV demonstrou-se preocupado com a defesa do território nacional, sobretudo nas zonas de fronteira com a Espanha, temendo um novo ataque por parte destas forças. Desta forma, e para atenuar a deficiência defensiva que se sentia no Algarve, mandou construir um Forte na colina sobranceira ao Castelo, cujas obras se iniciaram em Abril de 1641, conforme está documentado no arco de entrada. Os objetivos da construção desta fortaleza, para além de fazer frente a Espanha, eram o de proteger toda a comunidade que se encontrava fora das muralhas do Castelo, ligando aquele a este por meio de cercas abaluartadas, e ocupar a colina que muito ameaçava o Castelo, visto que deste local era possível atingi-lo.

     O nome do Forte provém de uma Ermida dedicada a São Sebastião que se encontrava, conforme nos é documentado nas Visitações da Ordem de Santiago de 1565, nesta colina, e que foi incorporada na construção do mesmo.

   Durante o século XVII é construída a Cerca Seiscentista, ligando o Forte ao Castelo. A cerca era constituída por: Cortina de S. Sebastião; Baluarte de S. Sebastião; Baluarte do Enterreiro; Baluarte Cheio; Cortina das Lezírias; Baluarte das Lezírias; Cortina de S. António; e Baluarte da Bandeira.

     Com a construção desta cerca a comunicação com o exterior passou a ser feita através de duas portas, a de São Sebastião orientada a oeste, e a de Santo António virada a este, ambas possuidoras de uma porta interior coberta e de uma casa da Guarda.

     Entre 1819-1829 e de forma a albergar o Batalhão de Caçadores 4, construiu-se as casamatas (fortificação subterrânea para guardar munições e matérias explosivas) e a Cortina do Forte, criando uma praça d’armas dentro de muralhas que ficou conhecido com «Cidadela do Forte».

    Em 1877 procede-se ao derrube das portas de São Sebastião e de Santo António e das respetivas cortinas onde se encontravam, porque, segundo Pedro Freire d’Almeida, Tenente do Estado-Maior de Engenharia, estas já não cumpriam a sua função primordial para além de constituírem um incómodo para o dia-a-dia da população.

      Trata-se de um Forte de estilo moderno, de planta irregular e com quatro meios baluartes. A sua construção é precária, não possuindo as espessuras recomendadas nos tratados de arquitetura militar.

Rita Dias Esteves, 2020

Bibliografia Específica:

  • ALMEIDA, José António Ferreira de (coord.),Tesouros Artísticos de Portugal, página 191-92. Lisboa: Reader’s Digest, 2º Edição, 1982.

  • CAVACO, Hugo, 'Visitações' da Ordem de Santiago no Sotavento Algarvio. VRSA: Edição da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, 1987

  • COUTINHO, Valdemar, Castelos, Fortalezas e Torres da Região do Algarve. Faro: Algarve em Foco editora, 1997.

  • PIRES, Osvaldo, PIRES, Pedro, Castro Marim, Baluarte Defensivo do Algarve, coord. António Rosa Mendes. Sociedade Editora do Algarve, Câmara Municipal de Castro Marim, 2010.

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