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MARCOS MEMORIAIS

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Este singular marco branco, no qual sobressai a letras pretas o nome de António José Corvo, localiza-se na Estrada Nacional 125-6, no cimo da subida do Calvário, do lado direito sentido Sul Norte km-3. Uma subida, que, ao que se julga, deve o seu nome ao acidente que vitimou este homem no ano da graça de 1895.

       Segundo reza a história contada por Maria Helena Joséfa de Sousa, que já a sua mãe Rosa Josefa lhe contava, António José Corvo esteve parado na taberna em São Bartolomeu antes do acidente, numa tarde de chuva e trovoada. Num bom humor, atirado ao jocoso, quando ouvia os estrondos dos trovões, terá dito aos presentes: “Olha os gajos andam lá em cima a jogar á bola…” Depois debaixo da forte trovoada, saiu, ao que se supõe para sua casa, e eis que no cimo dessa subida se deu a tragédia, ficando ele, a mula e o carro queimados.

       Contam, Desidério Valentim, Maria Helena Josefa e outras pessoas mais antigas de São Bartolomeu, que os funerais indo de Altura e de São Bartolomeu para Castro Marim, em carros funerários próprios dessa época de duas rodas, em madeira e ferro, puxados a pulso por duas pessoas, paravam no cimo da subida do Calcário em frente ao marco como que a fazer a divina vénia e, obviamente, também para descansar.

É certo, que o antigo marco estava colocado no sítio do Sobral, Freguesia e Concelho de Castro Marim, no cimo dessa subida desde o ano 1895. Na década de 1950, aquando do alargamento da estrada, foi trasladado para o monte do António Rosa, que fica a cerca de 150 metros para Norte da igreja de São Bartolomeu do Sul, junto à habitação de um familiar do malogrado. O marco aí esteve esquecido até ao ano 2015, ano em que foi descoberto devido a um rebentamento de uma botija de gás numa habitação próxima daquela. A descoberta despertou a curiosidade dos habitantes da aldeia, alguns dos quais manifestaram, desde logo, a vontade de levar o marco de regresso ao seu lugar de origem na subida do Calvário.

A partir daí, fizeram-se diligências nesse sentido. Amândio Norberto e João Manuel da Silva Ribeiro, dois habitantes de São Bartolomeu do Sul, foram os dinamizadores da ideia. Este último, com a ajuda de uma máquina, procedeu à recolocação no terreno. Esta foi realizada no dia 4 de setembro do ano 2017 e nela colaboraram a Junta de Freguesia de Castro Marim, a firma Manuel António e Amândio Norberto.

São Bartolomeu, 27 de fevereiro de 2018

José Romeira, Almerinda Romeira, João Ribeiro e Amândio Norberto

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